Uma manifestação realizada nesta segunda-feira, na Gare, reuniu mais de 35 motoristas de aplicativos, que estão descontentes com os baixos preços pagos pelas empresas nacionais e multinacionais.
- Os preços baixaram muito, e do jeito que está, não sei se vale a pena trabalhar - diz Celso de Oliveira, fundador do grupo Corujas, que reúne mais de 180 profissionais da área.
Segundo ele, uma das alternativas discutidas por eles é migrar para aplicativos locais, que acabam pagando taxas melhores. Os motoristas também estão preocupados com a questão da segurança, devido a alguns assaltos, e à regulamentação do serviço. Infelizmente, essa realidade era prevista. Com tanta gente migrando para fazer serviços de corridas por aplicativos, a oferta cresceu muito, forçando a queda de preços, já que a maioria dos apps calcula o valor das corridas conforme a demanda. Há taxas caras por parte de alguns aplicativos nacionais e de multinacionais, em que eles acabam tirando a maior parte do lucro, ficando uma pequena parte para o motorista, que investe com seu suor e ainda se arrisca, além de não ter garantias.
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Além disso, os trabalhadores do setor precisam colocar na ponta do lápis outros custos, que acabam ficando "escondidos", como a desvalorização do carro e os gastos com sua manutenção a longo prazo. Como eles rodam muito, acabam se desvalorizando bastante. Por isso, é preciso analisar quanto pagou pelo veículo e projetar por quanto a menos vai conseguir vendê-lo daqui a três ou quatro anos. Por exemplo: se o carro era novo e se desvalorizar R$ 20 mil em quatro anos (48 meses), isso representa um custo de R$ 416 por mês só de depreciação do bem - ou seja, um valor que é preciso ganhar mensalmente só para bancar a compra de um carro zero daqui a 4 anos.